Durante três décadas, predominantemente em Londres, em Portugal e em Amesterdão, Jorge Balça desenvolveu um vasto portfólio profissional e uma combinação única de aptidões – enquanto encenador (de teatro, ópera, e formatos híbridos), professor e formador, coach de representação, e enquanto investigador académico. O seu trabalho em todas estas áreas distingue-se pelo seu empenho e capacidade em fazer com que a imaginação e inovação emirjam de formação e conhecimento precisos – e pela sua capacidade de inspirar uma alquimia semelhante nos seus colaboradores.
Para além da sua formação clássica como actor e contratenor, o seu percurso académico é apropriadamente variado e focado, incluindo uma licenciatura em Artes Performativas (Teatro) e um mestrado em Encenação, ambos na Middlesex University (UK), com especializações em Shakespeare com o renomado mestre de teatro shakespeariano, autor e encenador Prof Doutor John Russell Brown, commedia dell’arte com Paola Cavallin, Meyerhold e Biomecânica na GITIS, em Moscovo, e técnicas de adaptação com o Prof Doutor Michael Fry. O seu projecto de doutoramento na University of Portsmouth (UK), apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, culminou na sua tese When a Voice Is Not Enough: The Existentialist Opera Performer as Auteur.
Com um especial interesse em projectos site-specific e em formatos colaborativos, e com um igual talento para drama e comédia, o seu trabalho é dramaturgicamente inventivo, visualmente marcante, e fisicamente engajado. Pontos de destaque na sua carreira incluem o tempo em que leccionou na Dutch National Opera Academy (Amesterdão e Haia, NL), a distinção da sua produção de The Bald Soprano de Ionesco como critics’ choice pela TimeOut London e ter ganho o Portuguese Performing Arts Award atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian UK pela sua produção bilingue e multimédia de Tango Finale de Melissa Corbet. Foi director artístico da companhia de performance multimédia +LOGO e da companhia de ópera Bloomsbury Opera, ambas em Londres (UK).
Recentemente, na qualidade de criador, encenou a estreia nacional da ópera O Principezinho de Rachel Portman no Teatro das Figuras em Faro, La Fille du Régiment de Donizetti e La Voix Humaine de Poulenc no Festival de Ópera de Óbidos, The Turn of the Screw de Benjamin Britten e L’Heure Espagnole no Centro Cultural de Belém, e o seu projecto Hopes & Fears no Festival Grimeborn em Londres mereceu 4* da crítica do jornal The Stage. O seu projecto A Judia com texto de Bertold Brecht e música de Kurt Weill, uma co-produção da ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, d’A Comuna Teatro de Pesquisa e da Companhia de Teatro de Almada continua a sua digressão por Portugal. Tem também um projecto em digressão nacional em França intitulado K-lounes, uma criação colectiva de teatro bilingue (francês/inglês) acerca da identidade de género e do consentimento com a companhia Theatraverse em Paris, e liderou o projecto Queering Opera no âmbito do programa Opera Creation Journey da ENOA (European Network of Opera Academies) com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Enquanto professor no ensino superior, leccionou na University of Portsmouth, University of Leeds, University of Winchester, BIMM Brighton (British and Irish Modern Music Institute) e na Universidade de Évora.
É investigador membro do CIAC (Centro de Investigação em Artes e Comunicação), membro do painel de língua inglesa da Eurodram (Rede Europeia de Tradução Teatral), especialista de Teatro e Artes do Espectáculo do PNL (Plano Nacional de Leitura), e acting coach do Neil Semer Vocal Institute (Itália).
Jorge Balça continua a sua actividade enquanto criador, encenador, professor, coach e orador com vários projectos em Portugal e no estrangeiro.