Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa. "Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados", frisou, expressando que "a equipa está toda delirante" com a distinção. O realizador disse à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme "Mal Viver" pelo Festival de Cinema de Berlim "significa uma nova vida" e "prova que o cinema português tem qualidade".
Leonor Teles, licenciada em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, é a diretora de fotografia do filme "Mal Viver". No discurso de agradecimento, na cerimónia de atribuição do galardão, o realizador fez uma referência especial a Leonor Teles, que considera a sua "alma gémea e companheira artística".
Foi a primeira vez que João Canijo trabalhou com Leonor Teles e o resultado foi, de acordo com as várias críticas na imprensa: “composições marcantes e uma paleta de cores hipnoticamente rica (...) imagens de duradoura beleza" (Zhuo-Ning Su, Awards Daily, EUA) e “um sufoco que desta vez está iluminado pela luz de Leonor Teles” (Rui Pedro Tendinha, Diário de Notícias).
João Canijo, nascido em 1957, frequentou a Escola de Cinema do Conservatório Nacional, e completou o Mestrado de Desenvolvimento de Projeto Cinematográfico pela ESTC. Foi assistente de realização de Manoel de Oliveira, Wim Wenders, Alain Tanner, Jorge Silva Melo, Werner Schroeter e Paulo Rocha. Desde 1985 que as suas longas metragens são apresentadas nos mais diversos festivais de cinema internacionais. Exerce uma carreira paralela no Ensino, com Workshops, Masterclasses ou docência em disciplinas de Realização, Argumento e Interpretação para Cinema, tanto a nível nacional como internacional. Desde 1986 que também encena peças para Teatro. Os seus filmes foram alvo de várias retrospectivas em festivais como o BAFICI em Buenos Aires, o BIFF, em Busan, o Festival International du Film de La Rochelle e na Cineteca Nacional de Mexico, entre outras.
